Rainy meeting


"I'm singin' in the rain
Just singin' in the rain"



O motivo do post de hoje é narrar um curioso acontecimento da noite. BTW, as coincidências estão animadíssimas esse ano, gosto disso. 

Muito bem. Era uma vez uma Rapha, deseperada para ir ao Mackenzie e conversar com o coordenador do curso. Quando o relógio marcou 17h, e pós respeitável dilúvio, ela saiu correndo, na expectativa de passar em casa antes de ir à faculdade. Doce ilusão. Na metade do caminho, o céu decidiu que era hora de desabar. De novo. Eis uma Blowfish ilhada no Shopping Iguatemi.

(fim da brincadeira em terceira pessoa)


Sem guarda-chuva. Pais indisponíveis. Sem táxi no ponto do Shopping. Sem Uber. Sem Uber Black. Sem táxi por aplicativo... São Paulo é caos em pó: só adicionar água que o estrago está pronto! É instantâneo...

Eu estava super resistente a comprar um guarda-chuva, porque né, mesmo o mais barato sairia mais caro que uma corrida de Uber/Táxi até a minha casa. Mas estava chovendo muito. E a minha pessoa, obviamente, con-ge-lan-do. 

Por cerca de duas horas, a vontade de economizar foi mais alta que a de ir para a faculdade. Até que caiu a ficha de a chuva simplesmente não ia parar... Nesse momento, me rendi ao guarda-chuva infantil da Americanas. XD


Já que mesmo com um guarda-chuva o banho seria inevitável, até que foi bom ter encontrado um modelo divertido. Na realidade,  minha maior preocupação era proteger a Bamboo, que, aliás, sobreviveu também. 



Fazendo meu caminho isolado do mundo (pelas ruelas do bairro) claro que tive momentos singin' in the rain. Algo para tirar o foco de como é ruim estar calçando rasteirinhas num dia chuvoso.

Nesse momento, me aborda uma senhora: "menininha!".

Ignorei o diminutivo, mas parei para falar com ela. "Você sabe onde fica essa rua?"

A tal rua fica aqui pertinho de casa. Eu disse que sabia e apontei a direção. Ela duvidou, claro. Dizia que haviam lhe indicado o sentido que seguia no momento, mas ela já estava quase no Shopping Iguatemi. Na chuva. Usando um salto até que respeitável, para a idade que ela aparentava ter.

Confirmei que sabia o a direção para o endereço que ela procurava, porque eu morava muito perto de lá... Depois de alguns momentos de teimosia, ela pediu que eu a levasse até a rua em questão.

Não gostei muito de ser tirada do meu pacato e silencioso caminho de vielas internas, mas ok. Como a senhora disse que o endereço era próximo da Faria Lima, seria muito cruel com ela fazer meu caminho... Ela teria que andar mais. Fora as raízes levantando as calçadas pelo trajeto.

"Mas certeza que é por aqui? Eu já andei tudo isso!" 

Andamos por umas quatro quadras até que chegamos na rua que ela procurava, com uma placa gigante de indicação do nome. A senhora ficou muito brava, porque havia passado por lá e, segundo a versão dela, o jornaleiro da banca que fica na esquina da rua em questão com  a Faria Lima a havia indicado a direção oposta. Tadinha, gente. Hahahaha...

Anteriormente também havia perguntado em que altura dessa rua ela precisava ir. Expliquei que a rua não era das maiores: quatro quarteirões, sendo que um é parte de uma praça.

"Ah, na verdade eu vim verificar pessoalmente o número de uma casa e o CEP, porque gostaria de enviar uma carta aos moradores...!"

...

PAROU!!...tipo, oi?!


WTF?! Inclusive ela queria levar o nome da rua e o número nos Correios, para conseguir o CEP. Como eu gostaria que as pessoas assitissem mais os idosos com tecnologia...

...Pois é... Uma das razões, que me fez acreditar que não levá-la por dentro do bairro havia sido uma boa escolha, foi ela ter dito que o endereço era muito próximo da Faria Lima... Mas né, mesmo assim, fui descobrir depois, que ela não sabia precisamente o número da casa. E, gente, ela foi checar pessoalmente o endereço para mandar uma carta. Por que não perguntou para os donos da casa?

Conforme andávamos pela rua, e ai não teve jeito, ela teve que conhecer as calçadas arrebentadas por raízes de árvores (gente, pensem no porte da árvore, raízes e tal, antes de plantar, tá?! pedir para a Prefeitura relocar a coitadinha é um parto!)....

Ela reclamou bastante, e com certa razão: escuro, chuva: tudo molhado e escorregadio, raízes de árvores... 

Estávamos no penúltimo quarteirão, ainda sem sucesso, quando ela me disse que não sabia se a família ainda morava naquela casa, pois um membro da mesma havia falecido... Também disse que era "amiga, mas não amiiigaa" da tal família, e que a última vez que havia visitado a casa já fazia uns 5 anos...

Ainda estávamos andando e procurando a tal casa, quando ela me disse que duas iniciais poderiam estar pintadas em algum lugar da fachada da casa (whaaat?) e que a entrada tinha um portão muuuuito largo. 

Nesse momento entendi qual vizinho ela procurava. Ironicamente, quase um ano antes, eu havia visitado a casa justamente porque o dono havia falecido. Estamos na expectativa de mudar de casa por aqui... 

Dito e feito, era mesmo a tal casa e eu comentei com ela que a casa havia sido postá à venda há um certo tempo e que já havia sido vendida.

"Mas então, por que os novos donos não apagaram essas iniciais?! Muito suspeito"

Lembrando que tudo isso acontecia com o mundo desabando nas nossas cabeças. Hahahahaha ~~ 

Ela não ficou muito convencida de que a família que procurava já não estava mais ali, mas decidiu voltar para casa. Então, lá fui eu, levar a senhora até o ponto de ônibus do Shopping Eldorado...

Ao mesmo tempo que ela dizia conhecer a família, aparentava ter medo, ou não ter intimidade para conseguir o contato da mesma... Bem estranho... Muita força de vontade, mas ao mesmo tempo, muito stalker também. Pensando nisso, fiquei até um pouco aliviada de a família desse senhor falecido não estar mais lá. Mesmo que ela aparentasse ser uma boa pessoa, eu poderia estar ajudando algo ruim...sem saber.

(Aliás!! Como mesmo que uma senhora toda magrinha e frágil, sem muita firmeza nos passos, sai por aí, pelas ruas de SP de tamanco, gente?! Não pode! Tamancos molhados então...)

Enquanto caminhávamos por dentro do Shopping, para cortar a chuva e chegar até o ponto, ela comentou que tudo lá havia mudado bastante, parecia até um aeroporto... Ela disse que tinha um namorado, e que ele costumava levá-la lá para fazer compras... Mas já que agora ela não tinha mais namorado, quase não frequentava mais o lugar....

Depois de ser chamada de anjo 20 mil vezes, ouvir comentários indignados sobre meu estado civil, e sobre como o mocinho do lado não tirava os olhos de mim, a senhora foi devidamente embarcada num ônibus que pararia, segundo ela, "na frente de casa".

Voltei para casa, inevitávelmente pensando, desculpe-me se for cruel, que o senhor falecido podia ser o namorado dela, ou no mínimo, um amor antigo... ou alguém de quem ela gostava muito.

Mas o mais engraçado é que na ruela em que ela me encontrou, não tinha absolutamente ninguém além de mim... E para alguém que já havia ouvido tanta informação errada num dia... quais as chances de você, ao acaso, parar uma estranha na rua e ela realmente ter em detalhes a informação de que você precisa? Em São Paulo, não é muito provável...

Bom... hora de dormir... E se alguém souber o caminho para a casa da Tosaka mama, favor entrar em contato! Muito obrigada! 









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